quarta-feira, 30 de junho de 2010

O meu maior sonho?

Que o Brasil invadisse Portugal e nos libertasse da ocupação europeia.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Para mim o fado é um amigo

A maldição do fado só existe se acreditarmos nela.

Se, pelo contrário, acreditarmos no trabalho, seremos invencíveis.

Para mim o fado é um amigo, é a língua em que converso quando estou sozinho.

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Quando quebramos um compromisso com alguém,
não privamos o outro só de nós,
privamo-lo também de si.

Para que, como nós, o outro possa seguir em frente,
terá, como nós, de passar a acreditar um bocadinho menos em compromissos,
para que o sofrimento não o impeça de viver.

É aí que o privamos de si.
Levamos do outro um bocadinho de tudo aquilo que, nele, o fez acreditar no compromisso conosco.

sábado, 26 de junho de 2010

Sem medo

Entornar o caldo.
Assumir que se entornou o caldo.
Viver sem medo de entornar o caldo.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O lugar onde acabam as dúvidas

A razão consegue lidar com aquilo que é racional.

Aquilo que não é racional, a razão destrói e transforma.




A vida não é racional.

A felicidade

de a poesia existir.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A Flor

Há quem olhe uma Flor como um isco para propagar o pólen, mas há ainda quem saiba olhar o pólen como apenas uma desculpa para que possa, neste mundo, haver Flores.

As coisas são o que parecem

No dia em que descobri que aquilo que pensava ser a minha melhor qualidade é, afinal, o pior dos meus defeitos.

sábado, 19 de junho de 2010

Quem é o inimigo?

Há algum tempo atrás, no berço da civilização, todas as cidades estado se juntaram para combater Atenas, a mais forte de todas, porque ela tinha ambições imperialistas sobre os seus vizinhos. Grande foi a festa da vitória. Atenas em ruínas, os doces helénicos celebravam a fundação de uma nova Grécia, região de paz e prosperidade, agora que Atenas não ameaçava mais com a sua força.

No dia seguinte, os Turcos invadiram e conquistaram toda a Grécia. Aquilo que os povos helénicos afinal celebravam, sem saberem, era o fim da Grécia.

A coragem de viver de olhos a sorrir

Só pode ter a coragem de se atirar ao desconhecido da maravilhosa aventura da vida alguém que ame a Deus. Mesmo que não saiba que ama. Quantas vezes na vida amámos sem saber?

Porque é diferente saber que se há de morrer de ter a certeza de que se está a morrer.

Sem Deus não há forças para aceitar viver com esta certeza. Logo algo está mal. Mas com Deus, como se pode ter medo do que quer que seja? O pior que pode acontecer é sentirmos o doce e amigo amparo da mão d'Ele. A alegria e emoção de saber que nada nos pode acontecer se Lhe formos fiéis.

Saltemos então depressa, rumo ao desconhecido, rumo à coragem!

Não deixemos o medo convencer-nos a não Acreditar.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O gesto mais ousado de todos entre uma amiga e um amigo

Não é apalpar certas partes do corpo do outro no escuro,

É caminhar de mãos dadas na rua, ao claro.

A parte soculenta da fruta

Em Cabo Verde, nádega diz-se polpa.

Isto são pessoas que sabem tudo o que há para saber sobre anatomia.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Pedido sincero de desculpas

Peço desculpa a todas as pessoas a quem faço sofrer, diariamente, por ser quem sou.

domingo, 13 de junho de 2010

Deixar as emoções transformar-nos

Tentar não fechar nem formatar uma emoção que é livre - a ser vivida em transformação, aberta, e que ainda não se sabe para onde vai - em função de um preconceito, em função de uma ideologia.

Não tentar encaminhá-las, nem forçá-las. Deixá-las fluir e misturar-se umas com as outras e produzir um resultado transformador em nós. Não viciar o jogo. Não deturpar sentimentos. Nem recusar nenhuns.

Não se trata de nos deixarmos dominar pelas emoções. Trata-se de nos conhecermos melhor a nós mesmos, para justamente sabermos para onde queremos ir.

E mais ainda, não nos precipitarmos a transformar um sentimento, de uma situação, numa ideologia. Pois um sentimento de um momento, não é aplicável, enquanto ideologia, a qualquer situação.

Cada caso é um caso.

De como se processou a evolução para a felicidade

Naquele tempo, o capitalismo foi de uma grande audácia.

Percebeu que não se conseguiria manter só com os homens.

Depois de já lhes ter explicado que a vida no amor da família não era a felicidade, havia porém sempre a sua característica fraqueza que os puxava de novo para sentimetos irracionais.

Por mais que o capitalismo lhes explicasse que ter filhos era, para além de desnecessário, desagradável porque os impedia de pensar nos seus prazeres, havia sempre uma minoria menos apta para a evolução que não se deixava iluminar, e que estranhamente, influenciava muitos outros. O amor por uma mulher e uma família fazia-os perder tempo, tempo esse que deviam usar para o trabalho, para, através dele, rumarem à evolução.

Foi aí que o capitalismo percebeu que só poderia sobreviver através da correção desse defeito nas mulheres que fazia com que os prazeres por elas dados aos homens superassem os oferecidos pelo capitalismo.

Explicou então às mulheres que elas eram maltratadas, injustiçadas e discriminadas por não serem homens.

As mulheres, nas quais o capitalismo criara há muito necessidades enormes de consumo - técnica através da qual tinha conseguido que os homens trabalhassem, pois as necessidades materiais das mulheres obrigavam os homens à riqueza se as quisessem manter - perceberam que o capitalismo tinha razão, que tinham de ser elas a sustentar as suas necessidades de prazer, pois os homens não o faziam na perfeição.

Foi assim que o capitalismo melhorou as mulheres.

Os resultados foram magníficos, pois resultaram na duplicação da mão de obra disponível, o que permitiu ao capitalismo multiplicar várias vezes a sua velocidade evolutiva e um aumento exponencial do lucro.

Mas houve, como sempre, uma reacção contra-evolucionária.

Com a sua habitual fraqueza, os homens sentiram-se perdidos. Não tinham mais as mulheres para nelas depositar o seu sentimento irracional. Logo, não tinham pelo que trabalhar, pois os prazeres que os motivavam, tinham agora desaparecido.

O capitalismo não tinha, naquele tempo, previsto que a fraqueza masculina fosse tão grande. Mas também para isso encontrou uma solução.

Lembrou aos homens as dificuldades de manter uma mulher. As zangas, as chatiçes de ter de aturar alguém que não é igual a nós. Alguém que não compreendemos, alguém que exige tempo que deve ser gasto no trabalho para a evolução.

Os homens, que depois de tanto tempo, já não se lembravam bem do que era uma mulher, perceberam finalmente que o esforço não compensava, e que a felicidade era sim encontrar alguém igual a eles, outro homem, que os compreenda, de modo a que possam ter mais prazer com menos esforço.

As ex-mulheres, que nesse tempo já odiavam os homens, ficaram felizes ao saberem que estes iam desaparecer e não as iam impedir de se amarem entre si, e tornaram-se grandes defensoras dos ex-homens, pois eles garantiam também a sua posição de ex-mulheres.

Os ex-homens e as ex-mulheres, tornados assim cada vez mais idênticos, venceram desta forma os homens e as mulheres e completaram a evoução capitalista, tornando-se super-homens e super-mulheres.

Os super-humanos viveram assim felizes para sempre. Fazendo sexo entre si, trabalhando muito para garantir que os prazeres eram o mais satisfatórios possíveis e nunca desapareceriam, já que, como a ciência tinha feito deles imortais, durariam para sempre.

sábado, 12 de junho de 2010

The Coming of Wisdom with Time

Though leaves are many, the root is one;

Through all the lying days of my youth

I swayed my leaves and flowers in the sun;

Now I may wither into the truth.
 
 
William Butler Yeats

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Formas exóticas de ser nuvem

O céu abriu muito bonito hoje.

Estou agora a olhar para uma esfera celeste iluminada, de nuvens em concha gigantesca branca no céu, muito alta, como um grande cone, um grande túnel, que tem no centro um céu branco branco branco com uma pérola a brilhar para nós. A parte de cima de cada nuvem explode de cor-de-sol. Muitos mundos nos céus e com muitas possibilidades cada um, com brilhos, cores, segredos atrás de cada nuvem. Parece uma versão abstracta do mundo dos humanos. Mas para as nuvens, talvez sejamos nós uma versão abstracta do seu mundo. E cada árvore, cada pessoa, seja uma forma exótica de ser nuvem.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Manifesto

Quanto melhor conheço os seres humanos, mais gosto de seres humanos.

sábado, 5 de junho de 2010

As modas

Maravilhosa invenção que nos permite ter amigos!

Viva a cultura popular.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Técnicas de sedução racionalistas

Sê fraco.

Os outros vão adorar dominar-te.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Aconteceu História

Foi há uns dias. Estávamos cá. Todos. Eu, vocês. E vimos.

A institucionalização da separação entre a direita política e o catolicismo em Portugal, marcada pelo apoio da totalidade dos partidos da direita a uma candidatura presidencial que não partilha a visão do mundo da Igreja Católica, é um momento de viragem civilizacional.

Até hoje nunca tinha havido homogeneidade do laicismo na política.

Ao assumir o seu laicismo, a direita portuguesa junta-se à maioria das direitas do ocidente e vem confirmar o que já sabíamos mas até hoje não era assumido: a esquerda e a direita são hoje apenas duas propostas diferentes para controlar o dinheiro.

Os chamados conservadores defendem que o dinheiro se deve manter onde está, nos seus bolsos. Os chamados progressistas defendem que deve ser roubado de onde está e posto num lugar novo, nos seus bolsos.

Nenhuma utopia civilizacional, nenhum transcendente. Apenas combate entre egoísmos organizados.

O capitalismo cumpriu-se.

E é quando se cumpre que começa a ruir. Porque não serve.




A partir de hoje, nenhum cristão poderá dizer que é de direita.