segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A razão simples pela qual os padres não podem casar

Um homem é capaz de satisfazer todos os caprichos de uma moça, e de lhe dizer qualquer coisa que ela queira ouvir para que ela o ame.

A vida de um padre é dizer-nos as verdades mais desconfortáveis. É ser incómodo para todos na sua castidade.

Uma mulher tem o direito a não ver as suas vontades negadas, a ser amada, a amar, a ser feliz.

Ser o vigia da moral do rebanho é incompatível com fazer uma mulher feliz.

Uma mulher que amasse um padre a tal ponto de querer casar com ele, teria de amar Deus ao ponto de ser freira.

Para quê casar um padre e uma freira? 

Para terem filhos? Justamente aqueles que mais sofreriam com a falta de tempo dos pais para eles, todo investido no amor do pai e da mãe a Deus.

Um padre, a partir do momento em que estivesse casado ou disponível para isso, deixaria de estar fora da comunidade o suficiente para poder ser olhado por ela como um estranho.

Perderia todo o seu lugar e razão de ser.

Quem traz ao de cima a problemática do casamento dos padres, vindo com mais ou menos boa vontade, vem sempre exercer a sua missão. Pois é através da sua proposta para que um dogma seja revisto, que se vem sempre renovar a razão de ser da impossibilidade disso mesmo, já que é, na verdade, um mero e justo pedido para volte a ser expressa, por quem sabe, a razão de ser de um dogma. Porém, no dia em que não houver nenhuma resposta a esse pedido, já não haverão padres, pelo que sim, será aceitável que eles casem.

domingo, 14 de novembro de 2010

Sonhos de uma vida

Toda a vida a trabalhar para um dia poder ver a mulher da minha vida corar.

sábado, 13 de novembro de 2010

A Mulher

Só as moças belas (se) podem (dar ao luxo de) ser castas.

Sensação de palavras podres

Sensação de que é melhor não falar. Mas continuar a ouvir.

Não dizer nada, como se, por só podermos dizer palavras, e todas as palavras virem do mundo, e o mundo estar como está, todas as coisas que poderíamos dizer estivessem já impregnadas e impuras.

Ouvir à minha volta e os sentidos dados às palavras de que eu gosto não serem os que eu quero dar, e ainda assim, não haver outras palavras para substituir essas. Só poder dizer o mal. Só poder mentir.

Missão. Vasculhar, escavar as palavras ouvidas da boca dela à procura da boa vontade. 

Reanimação do bem, boca a boca. Em silêncio.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Poema zen trazido para português por Herberto Helder

As palavras não fazem o homem compreender.
É preciso fazer-se homem para compreender as palavras.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cemitério

Espantosa semelhança entre uma campa e uma página do facebook.

sábado, 6 de novembro de 2010

Palavras que só fazem sentido se quem as ler estiver feliz

A felicidade é tão sublime, que quando um dia a sentimos, nos faz saber que não é possível ter algo tão bom para sempre. Mas mais que isso, que não precisamos.

O tamanho da felicidade é tal que um pedaço dela é maior que o tempo de vida que temos para a fruir.

Ela está sempre presente. Mas para a vivermos, o nosso coração tem de estar de costas, e a fazer o pino, para abarcar mais do que aquilo que pode.

A marca que identifica a verdadeira felicidade é uma dose dela, de determinado em determinado tempo ser, de facto, suficiente.

Não precisamos do toque de Deus todos os dias. E ainda assim ele dá-no-lo. Não precisamos porque não o conseguimos viver.

Era como alguém que, presenciando um milagre, pedisse outro. A felicidade não é um estado normal, é um milagre.

Merecemo-la ao sabermos que não a merecemos. Que ela já cá está.