quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Praticar

Mesmo quando é já tarde de mais, e agora de nada pode valer, fazer na mesma aquilo que sabemos que devíamos ter feito.

Para que, quando Deus nos voltar a dar a oportunidade de praticar o bem, o tenhamos debaixo da manga, pronto a ser praticado.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Portugal é a cola do mundo

Ser português é chegar a Nova Iorque e para os ricos ser judeu. É quinze minutos depois em Washington Heights, falar castelhano e ser latino.

É chegar ao Brasil e estar na nossa terra, é nunca estar demasiado calor ou frio, é falar todas as línguas da América.

É na Europa ser europeu. É em África ser do país mais africano da Europa e com mais passado em comum.

É chegar à China, à Índia, à Indonésia ou ao Japão e ser primo daqueles senhores brancos que estiveram ali há muito tempo - no tempo em que quase não havia outros países - e perguntarem-nos "porque se foram embora?"

É na Rússia sermos de um país mais ou menos europeu e periférico como eles com sonhos de grandeza e de conquista do mundo.

É em Roma sermos católicos, é em Israel serem todos nossos primos - quer os judeus, quer todos os árabes com quem partilhamos tanto.



E devia ser usarmos tudo isto para o bem, para nos orgulharmos de sermos quem somos, e não para fingirmos que não somos nós, portugueses.

Pois tudo - especialmente o que é imenso - se pode usar para o imenso Bem ou para o imenso Mal.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

As mais belas consequências da cultura

O mais belo caso consequente da vivência da música é quando uma moça passa a ouvir uma banda por esta lhe ter sida mostrada por um rapaz de quem ela gosta.

Uma banda que não tem para ela nenhum interesse, não teve até ali qualquer importância, passa, por estar associada a ele, a ser o mais belo cantar.

Ao contrário dos rapazes (que houvem música obcessivamente, e forjam as suas próprias memórias que posteriormente associarão a cada canção, num meticuloso processo, na medida em que, afogando na música as suas mágoas, e vivendo através delas as suas emoções, elas ficam para sempre misturadas com as melodias, porém, muitas vezes por cobardia ou escapismo), as moças começam a querer ouvir uma canção por o amado a ouvir, isto é, porque aquele som faz de facto parte dele, da vida dele, da sua acústica, reverbera dele para ela, é como o cantar daquele galo.

Uma moça ouve música por amor a uma pessoa.

Cavalheiros, desconfiai das moças que oiçam muita música, especialmente se for muita pop, daquela sem especial interesse artistico-musical, que não percebemos bem o que dela tiram.